sábado, 12 de março de 2011

Parabéns Recife! Parabéns Olinda!

Vejo o Recife prateado
À luz da lua que surgiu
Há um poema aos namorados
No céu e nas águas dos rios
Um seresteiro, um violão
Anunciando o amanhecer
Um sino ao longe a badalar
Recife inteiro vai render
Ave Maria ao pé do altar
 Bumba-meu-boi, Maracatus
 Recife dos meus carnavais            
 Não vejo mais sinha mocinha 
Á luz de um lampiãodegás
És primavera dos amores
Do horizonte és arrebol
Vai madrugada serena
Traz delirante poema
Recife manhã de sol

(Composição: J. Michiles)



      Recife, és pequena mas, decente, orgulhosa tua gente, devisão mais liberal.
Foram fortes no passado, na defesa do estado, levantando o pavilhão.
Luta por democracia, libertar as freguesias, construir uma nação.
Peito inflado braço forte, fostes o Leão do Norte, desde a orla até o sertão.
Hoje livre e altaneira, do nordeste és a primeira, a mais bela capital.
Os teus rios tuas fontes, marco zero e belas pontes,
a Veneza nacional.
No galo da madrugada, seja a pé ou de jangada,
vou brincar teu carnaval.
Vou a Porto de galinhas, onde a flora marinha
é repleta de corais.
São José belo mercado, com turistas deslumbrados,
com trabalhos artesanais.
Quem visita nunca esquece pedacinho do Nordeste,
panteão dos imortais.

(Por: San Burundi)

Doze de março .
Esta é a data oficial dos aniversários das duas cidades mais importantes da história de Pernambuco.
Recife comemora 474
                 anos, enquanto Olinda apaga velinhas para 476 anos.

"Recife e Olinda: cidades irmãs que se admiram e se complementam"


Parabéns Recife!
Parabéns Olinda!







sexta-feira, 11 de março de 2011

Ser Mulher

Mulher
Semente...
SER-mente...
SER que faz gente,
SER que faz a gente.

Mulher
SER guerreiro, guerrilheiro, lutador...
multimidia, multitarefa, multifaceta, multi-acaso...
multi-coração...

Mulher
SER que dá conta,
que vai além da conta,
que multiplica,
divide, soma e subtrai, sem perder a conta,
sem se dar conta, de que esse século foi seu parto,
na direção de seu espaço,
de seu lugar de direito e de fato,
de seu mundo que lhe foi usurpado e que agora é por ela ocupado.

MULHER...
Esse SER florado,
esse SER adorado,
esse SER adornado,
que nos poem em um tornado,
nos deixa saciado e transtornado,
que nos faz explodir e sentir extasiado.
SER admirado...

MULHER...
Nesse final de milénio, faça a transição.
Tire de seu coração a semente que vai mudar toda a gente
levando o mundo a ser mais gente...
Um mundo mais feminino,
mais rosado e sensibilizado,
mais equilibrado e perfumado...

PARABENS MULHER !!!

Não pelo oito de marco,
nem pelo beijo e pelo abraço,
nem pelo cheiro e pelo amaço.
Mas por ser o que és...
Humus da humanidade,
Raiz da sensibilidade,
Tronco da multiplicidade,
Folhas da serenidade,
Flores da fertilidade,
Frutos da eternidade...
Essencia da natureza humana.

Parabéns...

(Autor desconhecido)

domingo, 6 de março de 2011

O Carnaval do Recife e Olinda...

                                                           O Recife acordou
deu bom dia
Encontrou todo o povo nas ruas
Nas pontes, nas praças, se amando
Se encontrando com alegria
No eterno gingado de frevo, ciranda e baião
Batida de coco, maracujá e limão
Vem, vem, vem fazer parte deste cordão
Recife tem um lugar pra você dentro do
coração...
Ao som dos clarins de Momo
O povo aclama com todo ardor
O Elefante exaltando a suas tradições
E também seu esplendor
Olinda esse meu canto
Foi inspirado em teu louvor
Entre confetes e serpentinas
Venho te oferecer Com alegria o meu amor
Olinda! Quero cantar a ti esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração, de amor a sonhar
Em Olinda sem igual

Salve o teu Carnaval!



O carnaval de rua manteve suas tradições originais em Recife e Olinda.  As pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.





quinta-feira, 3 de março de 2011

Os gatos da tinturaria



Os gatos brancos, descoloridos,
passeiam pela tinturaria,
miram polícromos vestidos.
Com soberana melancolia,
brota nos seus olhos erguidos
o arco-íris, resumo do dia,
ressuscitando dos seus olvidos,
onde apagado cada um jazia,
abstratos lumes sucumbidos.
No vasto chão da tinturaria,
xadrez sem fim, por onde os ruídos
atropelam a geometria,
os grandes gatos abrem compridos
bocejos, na dispersão vazia
da voz feita para gemidos.
E assim proclamam a monarquia
da renúncia, e, tranqüilos vencidos,
dormem seu tempo de agonia.
Olham ainda para os vestidos,
mas baixam a pálpebra fria.

Cecília Meireles









quarta-feira, 2 de março de 2011

Zé do Bote


Zé do bote, Zé do bote

Tu que conheces o rio
Na calma e no desvario
Como as tuas próprias mãos
Diz-me lá, ó Zé do bote
Quantas ondas tem a sorte
Quantas dores tem um pão
Quantos sustos tem a morte

Ó Zé do bote no trabalho pedes meças
Desde migalho de gente se o pão é duro e salgado
Não encalhes o teu bote no areal das promessas
Pois, Zé do bote, quem o teu rio não sente
Não pode estar do teu lado; puxa as redes com cuidado
Zé do bote, Zé do bote

Não aprendeste nos livros
A manejar as palavras
Dos que te evndem o peixe
E o sangue quente e vivo
Mas sabes do rio que lavras
Na quilha do teu arado
Teu corpo útil não deixes
Ser na lota arrematado

João Dias / Mário Moniz Pereira

A canção da rosa branca

 

Eu penso em ti logo ao nascer d'aurora
E quando o dia vai chegando ao fim
Nunca me esqueces, e dormindo embora
Sonho a ventura de te amar assim
Antes de ver-te, flor do céu caída
Nem me recordo como então vivi
Nem já me atrevo a suportar a vida
Vivendo um dia sem pensar em ti

Ó rosa branca delicada e pura
Que ideal brancura... que mimosa côr
Lembras um astro que do céu tombasse
Que por mim poisasse... na roseira em flor
Se o teu olhar iluminado e casto
Poisa em meus olhos reflectindo o céu
Quanto mais fujo, quanto mais me afasto
Mais perto vejo o teu olhar no meu

Ó rosa branca luminosa e viva
Linda rosa esquiva... meu amor fatal
Só podem anjos fabricar sózinhos
Com montões de arminhos... uma rosa igual
Quando esta vida se apagar, serena
Ao recordar-me quanto amei em vão
Ó desdenhosa, o que me faz mais pena
É ir pensando que te esqueço, então

Ó rosa branca, meu amor primeiro
Tu não tens canteiro... tu não tens jardim
Porque me chamas, porque não respondes
E porque te escondes a chamar por mim
Mas sob a campa, meu amor não finda
Verás senhora, se eu ouvir teus ais
Abrir os olhos para ver-te ainda
Morrer de novo, se te não vir mais

Ó rosa branca porque me chamaste?
Para que roubaste toda a fé que eu tinha?
Serena e fria como a luz da lua
Que brancura a tua, que desgraça a minha

João Vasconcelos e Sá / António Pinto Basto