segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Criança Esperança




































É preciso ter fé no futuro

É preciso ter esperança
É preciso crer num mundo melhor
Enquanto houver um sorriso
No rosto de uma criança...
É preciso amar, semear
É preciso crer na colheita
É preciso desejar que a tempestade seja branda
Para que a "fruta" cresça perfeita...
É preciso sentir-se forte
Crer que cada um de nossos braços suporte
Carregar um pedacinho deste mundo
E transformá-lo em solo fecundo...


É preciso plantar e cuidar
É preciso vontade para
transformar
A fome, a miséria e o abandono
No doce fruto, que é se ter um lar...
É preciso dar as mãos
Cantar o mesmo refrão
É preciso força e união
Para unir os corações na doação...
É preciso crer na sementa
Que um bom fruto pode dar...
É preciso crer na criança
Que ainda sabe sonhar.



Célia Jardim

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo, 457 anos... Parabéns!!

Parque do Ibirapuera
"São Paulo, terra da garoa e dos belíssimos casarões. À São Paulo que já é coroa,
envio minhas congratulações.
 A velha Estação da Luz,

com sua grande imponência,
a todos os lugares conduz,
pois tem enorme referência"
             Maria Tomasia                                                           













     
 
 
 
 


















Alguma coisa acontece no meu coração

Que só quando cruza a
Ipiranga e a avenida São João...
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso...
(Caetano Veloso)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sonho de criança

Nas cores do arco-íris
Eu quero escorregar
Cair no centro da Terra
Sobre o magma surfar
Sem o perigo de me queimar
Colher estrelas - do- mar
Em cavalos marinhos cavalgar
Voar na companhia de mil passarinhos
Escalar montanhas e cruzar oceano
Construir em árvores muitos ninhos
Brincar de bambolé
Com os anéis de Saturno
Pelo universo dar um rolé
Vagando sem rumo
Quero saltar sobre águas vivas gigantes
Brincar de pique-esconde
Atrás dos elefantes
Atravessar nebulosas
Colher nos jardins do céu
Lindas rosas
Rosas que exalam
O perfume da esperança
Rosas de cor branca
Como a pureza da criança

(Úrsula A. Vairo Maia )

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Com agulhas de prata




Com agulhas de prata

de brilho tão fino
bordai as sedas do vosso destino.

Bordai as tristezas
de todos os dias
e repentinamente as alegrias.
Que fiquem as sedas
muito primorosas
mesmo com lágrimas presas nas rosas.

Com agulhas de prata
de brilho tão frio…
ai, bordai as sedas,
sem partir o fio!



Cecília Meireles

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu sou essa pessoa, a quem o vento chama...

Eu sou essa pessoa, a quem o vento chama,
a que não se recusa a esse final convite,
em máquinas de adeus, sem tentação de volta.

Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza.
Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:
iá de horizonte libertada, mas sozinha.

Se a Beleza sonhada é maior que a vivente,
dizei-me:não quereis ou não sabeis ser sonho?
Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.

Pelos mundos do vento, em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:

"Agora és livre, se ainda recordas."

Cecília Meireles


Modelo - Paulo Caetano 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Improviso

Minha canção não foi bela:
Minha canção foi só triste.
Mas eu sei que não existe
Mais canção igual àquela.
Não há gemido nem grito
Pungentes como a serena
Expressão da doce pena.
E por um tempo infinito
Repetiria o meu canto
- saudosa de sofrer tanto.


Cecília Meireles

Mar de menina


Havia um mar,
e ali brotava uma ilha
povoada de lobos e de pensamentos.
Havia um fundo escuro e belo
onde os naúfragos dançavam
como sereias.
Havia ansiedade e abraço.
Havia âncora e vaguidão.
Brinquei com peixes e anjos,
fui menina e fui rainha,
acompanhada e largada,
sempre a meia altura
do chão.
A vida um barco, remos ou ventos,
tudo real e tudo
ilusão.

Lya Luft

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Estudo em Rosa

Afasto-me de um trânsito de cores vivas,
e procuro a rosa pálida, entre a magnólia
e a buganvília, para a pôr no lugar
da rosácea, centro e círculo do movimento
que a leva ao céu onde a nuvem do poente
a acolhe, no rosado instante do botão,
como se dele não nascesse senão a rosa
que só é rosa na rosa a que a rosa deu cor.

(Nuno Júdice)