domingo, 13 de novembro de 2011

SONETO DO AMOR E DA ROSA

Veio tudo nas asas da cantiga.
Sombra/estrela, pairou na suave estrada
onde o Amor acendia a idade antiga
... ao hálito floral da madrugada.

Rosa, rosa morena. Desbotada
rosa, na voz extinta: ela que diga
o bem e o mal do amor, o tudo e o nada,
do engano ledo e cego à ácida intriga.

Ai de quem! ai de quem! Não do que teve
amor, porém do que, na descuidosa
andança, antes do mito se deteve;

e em si matando a seiva e a aura enganosa,
não chegou a viver o sonho breve
e o tempo desfolhar, feito uma rosa.

Waldemar Lopes
in 'Cinza de Estrelas'

PS:Li essa poesia no facebook de uma amiga e resolvi copiar e postar