Veio tudo nas asas da cantiga.
Sombra/estrela, pairou na suave estrada
onde o Amor acendia a idade antiga
... ao hálito floral da madrugada.
Rosa, rosa morena. Desbotada
rosa, na voz extinta: ela que diga
o bem e o mal do amor, o tudo e o nada,
do engano ledo e cego à ácida intriga.
Ai de quem! ai de quem! Não do que teve
amor, porém do que, na descuidosa
andança, antes do mito se deteve;
e em si matando a seiva e a aura enganosa,
não chegou a viver o sonho breve
e o tempo desfolhar, feito uma rosa.
Waldemar Lopes
in 'Cinza de Estrelas'
PS:Li essa poesia no facebook de uma amiga e resolvi copiar e postar