O violino exala: o som, as notas
O violinista sola: sozinho no centro
O violino e o violinista não nasceram um para o outro
Nasceram, sim, um do outro.
Pego na minha caneta e ligeiro rabisco
Uma poesia para ambos.
Não é certo que saberei as palavras,
Assim como o músico sabe as notas.
Procuro alguns vocábulos no pensamento
Vou o mais longe e trago de lá os que preciso.
Ah! Se Eu fosse aquele violinista
Ah! Se Eu soubesse todas as palavras
Ah! Se a melodia das letras surgisse para mim
Na hora em que decido escrever meus poemas.
O violino se cala: sem som, sem notas
O violinista não sola: apenas ouve os aplausos.
E termino o elogio feito aos DOIS que são UM.
Penélope SS
sábado, 17 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mário Quintana
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética",
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