terça-feira, 5 de abril de 2016

E olho para as flores e sorrio...


E olho para as flores e sorrio... 
Não sei se elas me compreendem 
Nem sei eu as compreendo a elas, 
Mas sei que a verdade está nelas e em mim 
E na nossa comum divindade 
De nos deixarmos ir e viver pela Terra 
E levar ao solo pelas Estações contentes 
E deixar que o vento cante para adormecermos 
E não termos sonhos no nosso sono. 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXVI" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 

fotos Marta Albuuueurque

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