sábado, 11 de junho de 2011

Soneto da rosa tardia

Gramado - março 2011
Como uma jovem rosa, a minha amada...
                                                      Morena, linda, esgalga, penumbrosa
Parece a flor colhida, ainda orvalhada
Justo no instante de tornar-se rosa.

Ah, porque não a deixas intocada
Poeta, tu que és pai, na misteriosa
Fragrância do seu ser, feito de cada
Coisa tão frágil que perfaz a rosa...

Mas (diz-me a Voz) por que deixá-la em haste
Agora que ela é rosa comovida
De ser na tua vida o que buscaste

Tão dolorosamente pela vida?
Ela é rosa, poeta...assim se chama...
Sente bem seu perfumar...Ela te ama...

Vinicius de Moraes

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